domingo, 14 de junho de 2009

Psicologia do desenvolvimento - E-folio C- Parte 2

Parte 2
Ao tornar-se adulto, o ser humano, continua em fase de desenvolvimento, marcada por uma nova etapa de vivências, novos papéis a desempenhar, competências a desenvolver. Todo este acumular de saberes são diferentes e de variadíssimas formas. Há toda uma interacção no processo de aprendizagem do adulto, resultando daí um conjunto desenvolvimental de conhecimentos, quer a nível formal, quer a nível de experiências vividas. Então o adulto toma consciência do seu desenvolvimento à medida que se vão apresentando as preferências do seu percurso de vida, tais como a profissão e o casamento. Como todos, e no decorrer do meu percurso de vida na idade adulta, tenho desenvolvido as minhas competências, um leque de saberes que, contextualizados tiveram e têm os seus efeitos positivos no meu processo de aprendizagem.Com o casamento desenvolvi o relacionamento com outrem e fui aprendendo a ser responsável por todas as funções de esposa e de dona de casa. Nesta aprendizagem não formal e porque existe uma reflexão sobre as atitudes comportamentais, adaptei-me a novas situações, desenvolvendo novas competências. Outra etapa para a minha evolução foi ser mãe. Novas tarefas e aprendizagens me aguardavam, como a dos afectos, o tratamento de uma criança e a responsabilidade, para, desde cedo, o seu desenvolvimento apresentar aspectos positivos. É uma responsabilidade social e moral, porque, através do relacionamento, desenvolvi competências de a saber educar para viver em sociedade. Na minha profissão, o acumular de experiências vividas, tem sido para, mim uma mais-valia. Como Coordenadora do Pessoal Auxiliar desenvolvi muito as minhas capacidades cognitivas e emocionais. Quis e quero aprender cada vez mais. Tenho os meus objectivos. Aprendi a liderar, a ouvir os meus colegas de trabalho e outros componentes da comunidade educativa. Ao liderar 20 pessoas, aprendi a aceitar as diferenças e englobá-las num todo. Ao esquematizar e combinar tarefas a executar a cada um, também aprendi a escutar os seus pontos de vista e as suas opiniões, aceitando-as e pondo-as em prática quando as considero mais relevantes para o b om funcionamento da escola. Errei e erro muitas vezes, mas aproveito o erro em detrimento da minha aprendizagem. As mudanças ao longo deste meu percurso de vida, foram e são multidimensionais. Não aprendi sozinha. Interrelacionei-me com tudo que me rodeia: as experiências vividas e o ensino formal. A acrescentar e, como tenho vontade constante de aprender, matriculei-me na Universidade Aberta, porque o saber não ocupa lugar. Está a ser uma aprendizagem muito lucrativa tanto a nível pessoal como a nível de interrelações. Consigo mobilizar os conhecimentos adquiridos para o meu trabalho, o que me satisfaz por saber que, ao desenvolver as minhas competências fico mais apta para desempenhar as minhas funções na escola. Por fim, efectuando a contabilidade de toda a minha experiência de vida, considero-me uma pessoa muito enriquecida a todos os níveis de desenvolvimento humano. No entanto, sou consciente que o desenvolvimento do ser humano está sempre aberto a novas aprendizagens direccionadas para diversos ângulos da vida. Portanto, na minha perspectiva quero aprender até morrer.


Bibliografia consultada: Bibliografia online fornecida pela docente da unidade curricular:


Guerreiro Maria das Dores/Abrantes Pedro in Como tornar-se Adulto:Processos de transição na Modernidade Avançada.
- Desenvolvimento Humano, in Valadares, J. e tal (2007). Manual de Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem : O Jovem Adulto, Adultez e Velhice

Psicologia do desenvolvimento - E-folio C - Parte 1

1.1 - A velhice é uma fase etária, representada conforme a inserção social, o contexto histórico, a classe social onde vive e a religião que pratica. Nos dias de hoje, a velhice é vista como um “estorvo” para a sociedade, pois as suas capacidades, tanto físicas como psíquicas, vão diminuindo. Logo, numa era industrializada, direccionada para a produtividade e para o lucro, a velhice tornou-se um problema para a sociedade activa. A velhice deteriora. As mudanças seguem numa direcção única, universal e sem “volta para trás”, ou seja, irreversível. No contexto do que disse atrás, ainda se poderiam estimular na velhice algumas capacidades evolutivas e reversíveis, cabendo à sociedade um papel importante na base da intervenção. Situando a velhice nos conteúdos das sociedades industrializadas, ela é considerada problemática por apresentar determinados factores que a condicionam. Na realidade, o envelhecimento é notório nos estilos de vida do idoso, acentuando-se ainda mais com os acidentes e doenças comuns e próprias a este período de vida. Logo, há todo um conjunto de faculdades cognitivas em mudança.
A aposentação é o factor mais marcante na idade da velhice, pois esta determina uma mudança de estilo de vida. O ser humano habituado, até então , a cumprir determinadas regras em função do seu trabalho diário, vê-se agora no lado oposto, em que se sente desocupado. Aqui, é relevante que se saiba fazer um enquadramento do novo estilo de vida para aceitar novos padrões. É devido à sua idade, ao seu estado de deterioração, à sua situação económica e social, que a sua nova vida se vai alicerçar, até porque, este ajustamento emocional é importante para manter a sua auto-estima elevada. Claro está que um factor excepcional para esta mudança é o carácter individual. Também se a reforma for razoável e o indivíduo gozar de faculdades saudáveis, pode encarar positivamente a sua reforma. A perda de familiares próximos é encarada de forma negativa na velhice, sentindo-se sozinhos e deprimidos. Acrescentam a esta situação as doenças, a reforma, os amigos que também vão desaparecendo, todo este conjunto de situações altera toda a sua vida em sociedade, levando por vezes, ao isolamento social. Com o crescimento industrial em que as famílias estão cada vez mais activas, não há espaço para o idoso. Todos os componentes familiares têm o seu trabalho e as suas obrigações em função dele. A formação e especialização laboral é cada vez mais exigida pelas empresas e instituições e o trabalhador encontra-se dividido entre casa, família, trabalho e formação contínua. Portanto, não existe lugar nem tempo para o idoso que, enquanto foi produtor para a sociedade, foi aproveitado. Logo, ao deixar de o ser, tornou-se na perspectiva da sociedade industrializada, um indivíduo improdutivo, por isso, um fardo para a sociedade, principalmente para a família. Então, como não há tempo para dedicar ao idoso e tornando-se este uma “doença social”, é canalizado para lares, levando-o ao isolamento. Já não tem importância o seu percurso de vida feito até então, já que agora ele é dependente da sociedade que o envolve.
1.2 - A sabedoria é adquirida ao longo do percurso de vida de cada indivíduo e é um processo de desenvolvimento. Assim, com o decorrer dos seus estádios desenvolvimentais, os conhecimentos vão-se acumulando, tornando o ser humano mais maduro, sendo na velhice em que se encontra a manifestação desse mesmo desenvolvimento. Uma das motivações, entre as quais cf. Baltes & Smith, 1990 se debruçaram foi o interesse que aspectos positivos do envelhecimento causaram no ser humano. Mas a sabedoria é um “ conceito complexo “. Autores que se debruçaram sobre o conceito de sabedoria a têm opiniões divergentes, mas muitos concordaram que as pessoas dotadas de sabedoria prestam muita atenção, sabem ouvir, observam também muito atentamente o que os rodeia, assumem os seus erros positivamente, como processo de desenvolvimento pessoal, aprendendo também com os erros das pessoas com quem convivem. Assim, com todas estas interacções pessoais, o indivíduo dotado de sabedoria apresenta capacidades elevadas de relacionamento.
Segundo Baltes e ainda sobre o conceito de sabedoria, os factores que a promovem são “ a idade, a experiência de vida ou a motivação”. Perante o que aqui foi exposto e confrontando com a afirmação de Patrícia Matos, 2004, toda a sabedoria adquirida até à velhice, todo o acompanhamento e experiências vividas, enfim, todo o seu percurso desenvolvimental “vai para o ar”, quando o idoso é remetido para um lar, não lhe sendo dada oportunidade de mostrar, perante a sociedade , todos os seus valores adquiridos . Este condicionamento causa-lhe sofrimento, sentindo-se rejeitado e isolado, porque, segundo Patrícia Matos, ele já não é necessário para a sociedade, porque já nada tem para oferecer, a não ser a sua sabedoria, que é rejeitada e não valorizada pela sociedade.
Resta ao idoso analisar o seu percurso de vida e mostrar-se satisfeito com as competências adquiridas para, a partir daqui conseguir envelhecer tranquilamente.


Bibliografia consultada:
Bibliografia online fornecida pela docente desta unidade curricular:
- Desenvolvimento Humano, in Valadares, J. e tal (2007). Manual de Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem : O Jovem Adulto, Adultez e Velhice
- Marchand, H. (2001), Psicologia do Desenvolvimento: A Sabedoria