Parte 2
Ao tornar-se adulto, o ser humano, continua em fase de desenvolvimento, marcada por uma nova etapa de vivências, novos papéis a desempenhar, competências a desenvolver. Todo este acumular de saberes são diferentes e de variadíssimas formas. Há toda uma interacção no processo de aprendizagem do adulto, resultando daí um conjunto desenvolvimental de conhecimentos, quer a nível formal, quer a nível de experiências vividas. Então o adulto toma consciência do seu desenvolvimento à medida que se vão apresentando as preferências do seu percurso de vida, tais como a profissão e o casamento. Como todos, e no decorrer do meu percurso de vida na idade adulta, tenho desenvolvido as minhas competências, um leque de saberes que, contextualizados tiveram e têm os seus efeitos positivos no meu processo de aprendizagem.Com o casamento desenvolvi o relacionamento com outrem e fui aprendendo a ser responsável por todas as funções de esposa e de dona de casa. Nesta aprendizagem não formal e porque existe uma reflexão sobre as atitudes comportamentais, adaptei-me a novas situações, desenvolvendo novas competências. Outra etapa para a minha evolução foi ser mãe. Novas tarefas e aprendizagens me aguardavam, como a dos afectos, o tratamento de uma criança e a responsabilidade, para, desde cedo, o seu desenvolvimento apresentar aspectos positivos. É uma responsabilidade social e moral, porque, através do relacionamento, desenvolvi competências de a saber educar para viver em sociedade. Na minha profissão, o acumular de experiências vividas, tem sido para, mim uma mais-valia. Como Coordenadora do Pessoal Auxiliar desenvolvi muito as minhas capacidades cognitivas e emocionais. Quis e quero aprender cada vez mais. Tenho os meus objectivos. Aprendi a liderar, a ouvir os meus colegas de trabalho e outros componentes da comunidade educativa. Ao liderar 20 pessoas, aprendi a aceitar as diferenças e englobá-las num todo. Ao esquematizar e combinar tarefas a executar a cada um, também aprendi a escutar os seus pontos de vista e as suas opiniões, aceitando-as e pondo-as em prática quando as considero mais relevantes para o b om funcionamento da escola. Errei e erro muitas vezes, mas aproveito o erro em detrimento da minha aprendizagem. As mudanças ao longo deste meu percurso de vida, foram e são multidimensionais. Não aprendi sozinha. Interrelacionei-me com tudo que me rodeia: as experiências vividas e o ensino formal. A acrescentar e, como tenho vontade constante de aprender, matriculei-me na Universidade Aberta, porque o saber não ocupa lugar. Está a ser uma aprendizagem muito lucrativa tanto a nível pessoal como a nível de interrelações. Consigo mobilizar os conhecimentos adquiridos para o meu trabalho, o que me satisfaz por saber que, ao desenvolver as minhas competências fico mais apta para desempenhar as minhas funções na escola. Por fim, efectuando a contabilidade de toda a minha experiência de vida, considero-me uma pessoa muito enriquecida a todos os níveis de desenvolvimento humano. No entanto, sou consciente que o desenvolvimento do ser humano está sempre aberto a novas aprendizagens direccionadas para diversos ângulos da vida. Portanto, na minha perspectiva quero aprender até morrer.
Bibliografia consultada: Bibliografia online fornecida pela docente da unidade curricular:
Guerreiro Maria das Dores/Abrantes Pedro in Como tornar-se Adulto:Processos de transição na Modernidade Avançada.
- Desenvolvimento Humano, in Valadares, J. e tal (2007). Manual de Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem : O Jovem Adulto, Adultez e Velhice
domingo, 14 de junho de 2009
Psicologia do desenvolvimento - E-folio C - Parte 1
1.1 - A velhice é uma fase etária, representada conforme a inserção social, o contexto histórico, a classe social onde vive e a religião que pratica. Nos dias de hoje, a velhice é vista como um “estorvo” para a sociedade, pois as suas capacidades, tanto físicas como psíquicas, vão diminuindo. Logo, numa era industrializada, direccionada para a produtividade e para o lucro, a velhice tornou-se um problema para a sociedade activa. A velhice deteriora. As mudanças seguem numa direcção única, universal e sem “volta para trás”, ou seja, irreversível. No contexto do que disse atrás, ainda se poderiam estimular na velhice algumas capacidades evolutivas e reversíveis, cabendo à sociedade um papel importante na base da intervenção. Situando a velhice nos conteúdos das sociedades industrializadas, ela é considerada problemática por apresentar determinados factores que a condicionam. Na realidade, o envelhecimento é notório nos estilos de vida do idoso, acentuando-se ainda mais com os acidentes e doenças comuns e próprias a este período de vida. Logo, há todo um conjunto de faculdades cognitivas em mudança.
A aposentação é o factor mais marcante na idade da velhice, pois esta determina uma mudança de estilo de vida. O ser humano habituado, até então , a cumprir determinadas regras em função do seu trabalho diário, vê-se agora no lado oposto, em que se sente desocupado. Aqui, é relevante que se saiba fazer um enquadramento do novo estilo de vida para aceitar novos padrões. É devido à sua idade, ao seu estado de deterioração, à sua situação económica e social, que a sua nova vida se vai alicerçar, até porque, este ajustamento emocional é importante para manter a sua auto-estima elevada. Claro está que um factor excepcional para esta mudança é o carácter individual. Também se a reforma for razoável e o indivíduo gozar de faculdades saudáveis, pode encarar positivamente a sua reforma. A perda de familiares próximos é encarada de forma negativa na velhice, sentindo-se sozinhos e deprimidos. Acrescentam a esta situação as doenças, a reforma, os amigos que também vão desaparecendo, todo este conjunto de situações altera toda a sua vida em sociedade, levando por vezes, ao isolamento social. Com o crescimento industrial em que as famílias estão cada vez mais activas, não há espaço para o idoso. Todos os componentes familiares têm o seu trabalho e as suas obrigações em função dele. A formação e especialização laboral é cada vez mais exigida pelas empresas e instituições e o trabalhador encontra-se dividido entre casa, família, trabalho e formação contínua. Portanto, não existe lugar nem tempo para o idoso que, enquanto foi produtor para a sociedade, foi aproveitado. Logo, ao deixar de o ser, tornou-se na perspectiva da sociedade industrializada, um indivíduo improdutivo, por isso, um fardo para a sociedade, principalmente para a família. Então, como não há tempo para dedicar ao idoso e tornando-se este uma “doença social”, é canalizado para lares, levando-o ao isolamento. Já não tem importância o seu percurso de vida feito até então, já que agora ele é dependente da sociedade que o envolve.
1.2 - A sabedoria é adquirida ao longo do percurso de vida de cada indivíduo e é um processo de desenvolvimento. Assim, com o decorrer dos seus estádios desenvolvimentais, os conhecimentos vão-se acumulando, tornando o ser humano mais maduro, sendo na velhice em que se encontra a manifestação desse mesmo desenvolvimento. Uma das motivações, entre as quais cf. Baltes & Smith, 1990 se debruçaram foi o interesse que aspectos positivos do envelhecimento causaram no ser humano. Mas a sabedoria é um “ conceito complexo “. Autores que se debruçaram sobre o conceito de sabedoria a têm opiniões divergentes, mas muitos concordaram que as pessoas dotadas de sabedoria prestam muita atenção, sabem ouvir, observam também muito atentamente o que os rodeia, assumem os seus erros positivamente, como processo de desenvolvimento pessoal, aprendendo também com os erros das pessoas com quem convivem. Assim, com todas estas interacções pessoais, o indivíduo dotado de sabedoria apresenta capacidades elevadas de relacionamento.
Segundo Baltes e ainda sobre o conceito de sabedoria, os factores que a promovem são “ a idade, a experiência de vida ou a motivação”. Perante o que aqui foi exposto e confrontando com a afirmação de Patrícia Matos, 2004, toda a sabedoria adquirida até à velhice, todo o acompanhamento e experiências vividas, enfim, todo o seu percurso desenvolvimental “vai para o ar”, quando o idoso é remetido para um lar, não lhe sendo dada oportunidade de mostrar, perante a sociedade , todos os seus valores adquiridos . Este condicionamento causa-lhe sofrimento, sentindo-se rejeitado e isolado, porque, segundo Patrícia Matos, ele já não é necessário para a sociedade, porque já nada tem para oferecer, a não ser a sua sabedoria, que é rejeitada e não valorizada pela sociedade.
Resta ao idoso analisar o seu percurso de vida e mostrar-se satisfeito com as competências adquiridas para, a partir daqui conseguir envelhecer tranquilamente.
Bibliografia consultada:
Bibliografia online fornecida pela docente desta unidade curricular:
- Desenvolvimento Humano, in Valadares, J. e tal (2007). Manual de Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem : O Jovem Adulto, Adultez e Velhice
- Marchand, H. (2001), Psicologia do Desenvolvimento: A Sabedoria
A aposentação é o factor mais marcante na idade da velhice, pois esta determina uma mudança de estilo de vida. O ser humano habituado, até então , a cumprir determinadas regras em função do seu trabalho diário, vê-se agora no lado oposto, em que se sente desocupado. Aqui, é relevante que se saiba fazer um enquadramento do novo estilo de vida para aceitar novos padrões. É devido à sua idade, ao seu estado de deterioração, à sua situação económica e social, que a sua nova vida se vai alicerçar, até porque, este ajustamento emocional é importante para manter a sua auto-estima elevada. Claro está que um factor excepcional para esta mudança é o carácter individual. Também se a reforma for razoável e o indivíduo gozar de faculdades saudáveis, pode encarar positivamente a sua reforma. A perda de familiares próximos é encarada de forma negativa na velhice, sentindo-se sozinhos e deprimidos. Acrescentam a esta situação as doenças, a reforma, os amigos que também vão desaparecendo, todo este conjunto de situações altera toda a sua vida em sociedade, levando por vezes, ao isolamento social. Com o crescimento industrial em que as famílias estão cada vez mais activas, não há espaço para o idoso. Todos os componentes familiares têm o seu trabalho e as suas obrigações em função dele. A formação e especialização laboral é cada vez mais exigida pelas empresas e instituições e o trabalhador encontra-se dividido entre casa, família, trabalho e formação contínua. Portanto, não existe lugar nem tempo para o idoso que, enquanto foi produtor para a sociedade, foi aproveitado. Logo, ao deixar de o ser, tornou-se na perspectiva da sociedade industrializada, um indivíduo improdutivo, por isso, um fardo para a sociedade, principalmente para a família. Então, como não há tempo para dedicar ao idoso e tornando-se este uma “doença social”, é canalizado para lares, levando-o ao isolamento. Já não tem importância o seu percurso de vida feito até então, já que agora ele é dependente da sociedade que o envolve.
1.2 - A sabedoria é adquirida ao longo do percurso de vida de cada indivíduo e é um processo de desenvolvimento. Assim, com o decorrer dos seus estádios desenvolvimentais, os conhecimentos vão-se acumulando, tornando o ser humano mais maduro, sendo na velhice em que se encontra a manifestação desse mesmo desenvolvimento. Uma das motivações, entre as quais cf. Baltes & Smith, 1990 se debruçaram foi o interesse que aspectos positivos do envelhecimento causaram no ser humano. Mas a sabedoria é um “ conceito complexo “. Autores que se debruçaram sobre o conceito de sabedoria a têm opiniões divergentes, mas muitos concordaram que as pessoas dotadas de sabedoria prestam muita atenção, sabem ouvir, observam também muito atentamente o que os rodeia, assumem os seus erros positivamente, como processo de desenvolvimento pessoal, aprendendo também com os erros das pessoas com quem convivem. Assim, com todas estas interacções pessoais, o indivíduo dotado de sabedoria apresenta capacidades elevadas de relacionamento.
Segundo Baltes e ainda sobre o conceito de sabedoria, os factores que a promovem são “ a idade, a experiência de vida ou a motivação”. Perante o que aqui foi exposto e confrontando com a afirmação de Patrícia Matos, 2004, toda a sabedoria adquirida até à velhice, todo o acompanhamento e experiências vividas, enfim, todo o seu percurso desenvolvimental “vai para o ar”, quando o idoso é remetido para um lar, não lhe sendo dada oportunidade de mostrar, perante a sociedade , todos os seus valores adquiridos . Este condicionamento causa-lhe sofrimento, sentindo-se rejeitado e isolado, porque, segundo Patrícia Matos, ele já não é necessário para a sociedade, porque já nada tem para oferecer, a não ser a sua sabedoria, que é rejeitada e não valorizada pela sociedade.
Resta ao idoso analisar o seu percurso de vida e mostrar-se satisfeito com as competências adquiridas para, a partir daqui conseguir envelhecer tranquilamente.
Bibliografia consultada:
Bibliografia online fornecida pela docente desta unidade curricular:
- Desenvolvimento Humano, in Valadares, J. e tal (2007). Manual de Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem : O Jovem Adulto, Adultez e Velhice
- Marchand, H. (2001), Psicologia do Desenvolvimento: A Sabedoria
quarta-feira, 1 de abril de 2009
Discussão sobre o ditado popular: "Quem sai aos seus não degenera"
O ditado popular: "Quem sai aos seus não degenera" é conhecido e comentado por muitas pessoas e também com a convicção de que, na realidade, é um ditado credível. Ao fazer uma afirmação destas é suposto que o pensamento de quem acredita neste dizer popular é o mesmo que afirmar que o ser huamano está condicionado à sua formação biológica. Ele recebeu um conjunto de genes dos seus pais e, pela hereditariedade, o seu desenvolvimento é condicionado ao conjunto de características dos mesmos, quer biológicas, quer corporais. Todas estas convicções são baseadas no senso comum, que não tendo muito que acrescentar servem para encarar a vida quotidiana das pessoas, não havendo mais preocupações direccionadas para outros sentidos. Todas estas experiências são baseadas em teorias implícitas, subjectivas e sem provas.
Por exemplo, um casal portador de um grau de inteligência elevada tem um filho de igual quoficiente de inteligência. Com base na teoria do senso comum, não poderia ser de outra forma. Aqui não existe influência de nenhum factor a não ser o da hereditariedade. Portanto, os pais são os responsáveis pelas características comportamentais dos seus filhos.
Ainda, seguindo esta linha de pensamento também se afirma que se os pais são pessoas de mau íntimo, sem formação cultural, o filho seguirá ao longo da sua vida tais formas comportamentais.
A inteligência do indivíduo apresenta-se como que inata e hereditária, descartando qualquer responsabilidade ao papel do educador em relação à criança. Já nasceu assim e o que está subjacente ao seu comportamento/desenvolvimento são o inatismo e a hereditariedade.
Esta teoria de senso comum é oposta à teoria construtivista a qual defende que a inteligência é desenvolvida e construída num processo sequencial, do qual os pais/educadores fazem parte integrante. O homem é um ser bio-sociocultural numa relação de continuidade ao longo da vida.
Portanto, o grau de inteligência que permanecia imutável com base no senso comum, apresenta uma posição de construção nas escolas, pelos docentes.
Claro que, a também influência do ambiente familiar e da sociedade ocupa aqui um lugar de destaque.
Mas, também é de referir o ponto de vista do professor em relação ao aluno. Se ele concorda com o ditado popular acima referido, então segue a linha inatista transportando o comportamento do aluno para tal teoria. Se ele possui um grau de inteligência elevado, tudo bem, mas caso contrário, não há nada a fazer porque já nasceu assim. Se o docente opta pela teoria construtivista, aí sim, são as crianças, os educadores e os docentes que, num processo interactivo, contribuem dinamicamente na construção da criança. O papel do professor é importante para desenvolver as competências dos alunos. Com base nesta teoria um aluno que tenha desenvolvido tais competências, deve saber avaliar o seu desenvolvimento/aprendizagem tomando consciência de todos os seus processos cognitivos. Portanto, aqui é muito importante a relação aluno/professor.
Perante o que aqui referi interessa fazer uma leve abordagem à teoria de Darwin, sobre a "origem das espécies". Este autor estudou a origem das espécies de animais e das plantas concluindo que ao longo dos séculos sofreram mutações, que evoluíram. Isto para chegar também à conclusão da evolução do ser humano. Por isso, ele sustenta que a vida, tanto nas plantas, animais, como no ser humano é um processo de adaptação permanente. Darwin defende que os seres vivos apresentam um processo de continuidade e também o da adaptação ao meio como um processo importantíssimo. O homem era visto como um ser parental de todos os outros, mas as suas estruturas biológicas foram evoluindo, tal como nos outros seres. Por outro lado e devido à adaptação do meio em que vivem, terão acesso à sobrevivência os mais fortes. Somos o resultado daquilo que herdamos dos nossos pais e das nossas experiências vividas por isso, os genes e o meio estão interligados.
Portanto e também oferecendo a minha opinião, as teorias do senso comum, nas quais os genes têm enorme relevância não devem ser consideradas isoladas só por si no factor biológico. Há toda uma estrutura externa que favorece a evolução do desenvolvimento do ser humano: o contacto com o exterior, o meio ambiente e o meio sociocultural. A influência do meio ambiental condiciona o desenvolvimento/comportamento do indíviduo. Naturalmente, que uma criança que vive numa aldeia serrana apresenta vivências opostas a uma outra criança a residir numa cidade, onde tudo é mais central. O que não quer de forma alguma estabelecer uma relação de inferioridade entre ambas, porque ambas as vivências são válidas muito embora moldem e condicionem comportamentos e personalidadesol
A frase "Dêm-me um bebé" de John B. Watson, vai somente ao encontro da construção da criança face ao meio ambiente.
Watson, grande defensor do meio, acreditava que as pessoas eram feitas, não nasciam. A criança era moldada como se de uma peça de artesanato se tratasse. Considerava que os homens eram construções e não nasciam dessa forma. Elas eram crianças do meio e não havia interacção entre a sua formação biológica com a sua adaptação ao meio ambiente.
Por exemplo, um casal portador de um grau de inteligência elevada tem um filho de igual quoficiente de inteligência. Com base na teoria do senso comum, não poderia ser de outra forma. Aqui não existe influência de nenhum factor a não ser o da hereditariedade. Portanto, os pais são os responsáveis pelas características comportamentais dos seus filhos.
Ainda, seguindo esta linha de pensamento também se afirma que se os pais são pessoas de mau íntimo, sem formação cultural, o filho seguirá ao longo da sua vida tais formas comportamentais.
A inteligência do indivíduo apresenta-se como que inata e hereditária, descartando qualquer responsabilidade ao papel do educador em relação à criança. Já nasceu assim e o que está subjacente ao seu comportamento/desenvolvimento são o inatismo e a hereditariedade.
Esta teoria de senso comum é oposta à teoria construtivista a qual defende que a inteligência é desenvolvida e construída num processo sequencial, do qual os pais/educadores fazem parte integrante. O homem é um ser bio-sociocultural numa relação de continuidade ao longo da vida.
Portanto, o grau de inteligência que permanecia imutável com base no senso comum, apresenta uma posição de construção nas escolas, pelos docentes.
Claro que, a também influência do ambiente familiar e da sociedade ocupa aqui um lugar de destaque.
Mas, também é de referir o ponto de vista do professor em relação ao aluno. Se ele concorda com o ditado popular acima referido, então segue a linha inatista transportando o comportamento do aluno para tal teoria. Se ele possui um grau de inteligência elevado, tudo bem, mas caso contrário, não há nada a fazer porque já nasceu assim. Se o docente opta pela teoria construtivista, aí sim, são as crianças, os educadores e os docentes que, num processo interactivo, contribuem dinamicamente na construção da criança. O papel do professor é importante para desenvolver as competências dos alunos. Com base nesta teoria um aluno que tenha desenvolvido tais competências, deve saber avaliar o seu desenvolvimento/aprendizagem tomando consciência de todos os seus processos cognitivos. Portanto, aqui é muito importante a relação aluno/professor.
Perante o que aqui referi interessa fazer uma leve abordagem à teoria de Darwin, sobre a "origem das espécies". Este autor estudou a origem das espécies de animais e das plantas concluindo que ao longo dos séculos sofreram mutações, que evoluíram. Isto para chegar também à conclusão da evolução do ser humano. Por isso, ele sustenta que a vida, tanto nas plantas, animais, como no ser humano é um processo de adaptação permanente. Darwin defende que os seres vivos apresentam um processo de continuidade e também o da adaptação ao meio como um processo importantíssimo. O homem era visto como um ser parental de todos os outros, mas as suas estruturas biológicas foram evoluindo, tal como nos outros seres. Por outro lado e devido à adaptação do meio em que vivem, terão acesso à sobrevivência os mais fortes. Somos o resultado daquilo que herdamos dos nossos pais e das nossas experiências vividas por isso, os genes e o meio estão interligados.
Portanto e também oferecendo a minha opinião, as teorias do senso comum, nas quais os genes têm enorme relevância não devem ser consideradas isoladas só por si no factor biológico. Há toda uma estrutura externa que favorece a evolução do desenvolvimento do ser humano: o contacto com o exterior, o meio ambiente e o meio sociocultural. A influência do meio ambiental condiciona o desenvolvimento/comportamento do indíviduo. Naturalmente, que uma criança que vive numa aldeia serrana apresenta vivências opostas a uma outra criança a residir numa cidade, onde tudo é mais central. O que não quer de forma alguma estabelecer uma relação de inferioridade entre ambas, porque ambas as vivências são válidas muito embora moldem e condicionem comportamentos e personalidadesol
A frase "Dêm-me um bebé" de John B. Watson, vai somente ao encontro da construção da criança face ao meio ambiente.
Watson, grande defensor do meio, acreditava que as pessoas eram feitas, não nasciam. A criança era moldada como se de uma peça de artesanato se tratasse. Considerava que os homens eram construções e não nasciam dessa forma. Elas eram crianças do meio e não havia interacção entre a sua formação biológica com a sua adaptação ao meio ambiente.
Bibliografia consultada:
On line : (http://www.univ-ab.pt/)
MORGADO, Lina. COSTA, Angelina. Teorias implícitas sobre o desenvolvimento. Universidade Aberta, 2009
Fichas Formativas da Unidade Curricular.
SPRINTHALL; Norman A.. SPRINTHALL, Richard C. Psicologia educacional. Lisboa: MacGraw-Hill, 1993
Relacionamento entre a psicologia do desenvolvimento com a educação ao longo da vida
O ser humano está sujeito a mudanças ao longo da sua vida. É com a chegada a este mundo que começa a sua evolução e o seu desenvolvimento. O processo da sua evolução/desenvolvimento é contínuo no qual ocorrem um conjunto de mudanças psíquicas desde o nascimento até ao fim do seu ciclo de vida. A ideia de que, quando se chega à idade adulta, o ser humano termina o seu desenvolvimento, começou a ser ultrapassada. Hoje, a abordagem sobre este assunto é totalmente diferente, uma vez que se defende que o desenvolvimento é um processo que o ser humano percorre ao longo de toda a sua vida. A fase etária em que os idosos se enquadram, correspondia a que, já não havia mais nada para aprender.
Actualmente, com o aumento da esperança média de vida, o ser humano, quando atinge a idade da reforma, procura preencher o seu tempo com a realização de algumas aprendizagens que até ao momento não seriam possíveis. Estão mais disponíveis, dispostos aprender e a mudar o seu estilo de vida. Muitos inscrevem-se em universidades séniores ou encontram outro tipo de ocupações que lhes dêm prazer e preenchimento dos seus tempos livres, agora mais flexíveis. Estão susceptíveis à mudança. E são nestas mudanças, ao longo da vida do ser humano, que se localiza a psicologia do desenvolvimento. Estes comportamentos humanos são questionados por pensadores e investigadores que tentam dar respostas fundamentadas em pontos extremos como "o pólo do inato, da hereditariedade, da natureza" e o "pólo do adquirido, do meio e da educação". Claro que, para os defensores do pólo inato, todas as características comportamentais são inatas ao ser humano. Ao passo que os que defendem a teoria do pólo adquirido afirmam que somos o fruto de uma relação com o meio em que vivemos, aprendemos com a sociedade e culturas ao longo da nossa vida. O ser humano, com as suas experiências de vida, vai sofrendo mudanças, aprende e interage com outros membros da sociedade, vai-se enriquecendo e pensando de outra forma. Estas mudanças apresentam-se gradualmente, de modo idêntico ao que sempre ia acontecendo, ou, então, de uma forma mais brusca, nova, não experimentada anteriormente. É nesta última que se centraliza uma constante reorganização de comportamentos, há sempre coisas novas a aprender e a organizar. Seja de uma forma gradual ou brusca (contínua ou descontínua), o certo é que a psicologia do desenvolvimento está relacionada com a educação, porque o que aprendemos através do seio familiar, da sociedade e das culturas não ficou estagnado. Somos seres humanos em permanente desenvolvimento. Este desenvolvimento também educacional não estagnou nos jovens e adolescentes. Alargou-se também ao mundo do adulto onde a estabilidade fazia parte das suas características.
O ser humano desenvolve-se e educa-se desde que nasce até que morre, extremamente ligado às suas experiências e condições socioculturais, como já referi anteriormente.
Portanto, perante o que aqui foi dito, sublinho que nem somos totalmente inatos nem totalmente adquiridos. Um ser humano com instintos animalescos, por exemplo, continua a desenvolver a sua animalidade, se não for educado. Esta aprendizagem activa o desenvolvimento do ser humano favorecendo uma evolução sequencial que de outra forma não seria possível.
A criança ensinada hoje, será capaz de se orientar no futuro, sozinha. Essa ajuda será feita por um adulto competente que terá a responsabilidade de educar eficazmente a criança (zona de desenvolvimento potencial).
Dá-se aqui, portanto, uma intersecção entre a educação que é dada à criança e o seu desenvolvimento. A criança bem orientada de hoje, será um adulto de amanhã com capacidades que desenvolveu a nível interno e que irá por em prática na sua comunicação com os adultos e interacção com os seus colegas. Por isso, e como afirma Isabel Mata, em Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem:"A educação é, nesta perspectiva, um momento constituinte essencial de características humanas não naturais, adquiridas ao longo do seu desenvolvimento histórico".
Actualmente, com o aumento da esperança média de vida, o ser humano, quando atinge a idade da reforma, procura preencher o seu tempo com a realização de algumas aprendizagens que até ao momento não seriam possíveis. Estão mais disponíveis, dispostos aprender e a mudar o seu estilo de vida. Muitos inscrevem-se em universidades séniores ou encontram outro tipo de ocupações que lhes dêm prazer e preenchimento dos seus tempos livres, agora mais flexíveis. Estão susceptíveis à mudança. E são nestas mudanças, ao longo da vida do ser humano, que se localiza a psicologia do desenvolvimento. Estes comportamentos humanos são questionados por pensadores e investigadores que tentam dar respostas fundamentadas em pontos extremos como "o pólo do inato, da hereditariedade, da natureza" e o "pólo do adquirido, do meio e da educação". Claro que, para os defensores do pólo inato, todas as características comportamentais são inatas ao ser humano. Ao passo que os que defendem a teoria do pólo adquirido afirmam que somos o fruto de uma relação com o meio em que vivemos, aprendemos com a sociedade e culturas ao longo da nossa vida. O ser humano, com as suas experiências de vida, vai sofrendo mudanças, aprende e interage com outros membros da sociedade, vai-se enriquecendo e pensando de outra forma. Estas mudanças apresentam-se gradualmente, de modo idêntico ao que sempre ia acontecendo, ou, então, de uma forma mais brusca, nova, não experimentada anteriormente. É nesta última que se centraliza uma constante reorganização de comportamentos, há sempre coisas novas a aprender e a organizar. Seja de uma forma gradual ou brusca (contínua ou descontínua), o certo é que a psicologia do desenvolvimento está relacionada com a educação, porque o que aprendemos através do seio familiar, da sociedade e das culturas não ficou estagnado. Somos seres humanos em permanente desenvolvimento. Este desenvolvimento também educacional não estagnou nos jovens e adolescentes. Alargou-se também ao mundo do adulto onde a estabilidade fazia parte das suas características.
O ser humano desenvolve-se e educa-se desde que nasce até que morre, extremamente ligado às suas experiências e condições socioculturais, como já referi anteriormente.
Portanto, perante o que aqui foi dito, sublinho que nem somos totalmente inatos nem totalmente adquiridos. Um ser humano com instintos animalescos, por exemplo, continua a desenvolver a sua animalidade, se não for educado. Esta aprendizagem activa o desenvolvimento do ser humano favorecendo uma evolução sequencial que de outra forma não seria possível.
A criança ensinada hoje, será capaz de se orientar no futuro, sozinha. Essa ajuda será feita por um adulto competente que terá a responsabilidade de educar eficazmente a criança (zona de desenvolvimento potencial).
Dá-se aqui, portanto, uma intersecção entre a educação que é dada à criança e o seu desenvolvimento. A criança bem orientada de hoje, será um adulto de amanhã com capacidades que desenvolveu a nível interno e que irá por em prática na sua comunicação com os adultos e interacção com os seus colegas. Por isso, e como afirma Isabel Mata, em Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem:"A educação é, nesta perspectiva, um momento constituinte essencial de características humanas não naturais, adquiridas ao longo do seu desenvolvimento histórico".
Bibliografia consultada:
On line: (http://www.univ-ab.pt)
MORGADO, LINA. COSTA, ANGELINA. Teorias implícitas sobre desenvolvimento. Universidade Aberta, 2009
Actividades Formativas da Unidade Curricular
MATTA, Isabel. Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem. Lisboa: Universidade Aberta, 2001. (pp. 88 a 90)
Cinco perguntas pertinentes acerca do desenvolvimento humano
1.Como se processa a evolução do ser humano?
2.Porque é que o bebé quando nasce é um ser inacabado?
3.Qual a relação de continuidade e descontinuidade no processo evolutivo do ser humano?
4.Em que medida é que as teorias implicitas são importantes para compreender o
desenvolvimento humano?
5.A inteligência é um factor importante para o desenvolvimento cognitivo do ser humano.
Qual a sua opinião pessoal?
2.Porque é que o bebé quando nasce é um ser inacabado?
3.Qual a relação de continuidade e descontinuidade no processo evolutivo do ser humano?
4.Em que medida é que as teorias implicitas são importantes para compreender o
desenvolvimento humano?
5.A inteligência é um factor importante para o desenvolvimento cognitivo do ser humano.
Qual a sua opinião pessoal?
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